Gloria Groove é literalmente uma artista de mão cheia. O que ela faz no Brasil, em meio a uma virose de transfobia que tem consumido o país, não deixa de atrair adeptos de todos os lados para a sua arte. Gloria tem crescido bastante artisticamente e profissionalmente, e nem preciso citar seu segundo e fenomenal álbum de estúdio, LADY LESTE, codinome que passa a ser conhecida.
Sinceramente, FUTURO FLUXO não apresenta a vibe que eu esperava desse álbum. A faixa BRUXARIA 3000 já entregava tudo o que eu poderia encontrar ali, mas eu tive esperanças de que PROIBIDONA, mesmo com elementos do funk carioca, pudesse trazer outra era de pop como o álbum antecessor. Mesmo trazendo um gênero que não curto muito, eu escutei este álbum talvez umas três vezes, para que eu pudesse encontrar elementos audíveis que expressassem o tema central do álbum. Algo que não me fizesse pensar que este álbum era uma furada e que não passava de apenas um álbum com “funk das antigas”. Mas não foi bem assim…
Eu enxerguei o tema central desse álbum. Eu encontrei a vibe que a Gloria queria passar para seus fãs e ouvintes. Aquela sensação eufórica de estar em um baile funk do subúrbio do Rio De Janeiro, foi eletrizante. Eu me senti conectado naquela energia de música eletrônica mixada em funk carioca. Eu, definitivamente, enxerguei esse álbum inteiro como uma simples playlist de funk de um qualquer que é conectada nos equipamentos do DJ do baile.
Ao mesmo tempo que as faixas me passam todas essas sensações, a capa traz a impressão de algo futurístico. O figurino futurístico usado por Gloria na arte de capa se casa muito com o estilo eletrônico das faixas. Basicamente, seria uma “rave funk futurística de favela”. Adorei a engenhosidade na criação desse álbum. Foi certeiro. Ela me fez começar a gostar de funk.